Depois se reeleger prefeito de Biguaçu com mais de 70% dos votos válidos, Salmir Silva (MDB) quer ser candidato a deputado estadual ano que vêm. Essa afirmação foi dada na última quinta-feira ( 20/02/2025) numa entrevista que Silva concedeu a reportagem do Jornais em Foco.

No começo da semana passada Salmir retornou ao trabalho depois de 20 dias afastados devido as complicações da diabete. Sem saber, sua glicemia chegou a quase 600 e depois de ter a visão turva, o prefeito foi se consultar. Diante do quadro caótico o médico mandou Silva se tratar para diminuir a glicose no sangue, que levou dias para normalizar. Usando óculos, com o aparelho que mede o índice de açúcar do sangue no lado e de bom humor Salmir falou sobre vários assuntos, entre eles, sobre a vontade de ser candidato a deputado estadual nas eleições de 2026.

 

Enchentes

 

Silva informou a coluna que a prioridade no momento é resolver os problemas da enchente. O objetivo é acabar com os alagamentos no Jardim São Miguel, que sofre muito com as cheias. Diante disso contratou uma empresa para fazer estudos que tragam uma solução efetiva. O prazo do contrato é de 3 meses e assim que o prefeito receber as informações licitará os serviços.

A “bucha” do loteamento deve-se a uma obra “porca” feita pelo governo anterior que até hoje trás transtornos. Apesar de tanto dinheiro literalmente enterrado no Jardim São Miguel no passado, as cheias continuam e a solução parece estar longe de acontecer. Por isso Salmir resolveu agir para aniquilar o problema.

 

Mollhes

 

Ainda sobre alagamentos Salmir informou que receberá um projeto financiado por empresas para a construção do molhe da foz do rio Biguaçu. Essa obra é esperada a décadas e só fica na retórica. Só para o leitor ter ideia existe um esboço em Brasília que não sai do papel. Entra prefeito e sai e o famigerado projeto, que custaria mais de 100 milhões hoje para ser executado não anda por causa da complexidade e engenharia ultrapassadas. Agora o prefeito quer dar um fim nesse elefante branco que nem surgiu e deu um start num desenho mais simples e infinitamente mais barato. É um tipo de plano B. Além do molhe será feito também o desassoreamento da foz do rio Biguaçu.

 

Parque

 

O objetivo é ter os molhes feitos na cidade em 2 anos para depois, com o “bota fora” construir um parque na Praia João Rosa. A ideia é fazer um lugar de lazer com quadras, área gastronômica e espaço para shows.

 

Taxa do lixo

 

A polêmica da taxa do lixo que voltará a ser cobrada em Biguaçu, Salmir salientou que essa é uma determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Apesar da prefeitura ter feito de tudo para que isso não acontecesse, não tem como deixar de obedecer uma determinação dessas porque é o CPF dele que está na reta. Silva explicou certinho o que ocorreu: o marco regulatório, que é um conjunto de especificidades e direcionamentos gerais, faz uma exigência que o serviço de coleta de lixo tem que ser custeado pela taxa e não pode ser compensado por outros impostos. Todos os municípios do Brasil tiveram que se adequar. Biguaçu, que era isento dessa taxa, por causa da compensação ambiental desde 2012, passou a ser cobrada pelo TCE para que esse encargo fosse demandado. A taxa não voltou a ser arrecadado porque o prefeito quis, mas sim pela determinação do tribunal que segue a lei do marco regulatório.

Só para o leitor ter ideia, hoje Biguaçu gasta em torno de 8 milhões por ano para que o lixo não fique na frente das casas das pessoas. O que o município recebe da “compensação ambiental” por ter o aterro na cidade que coloca o lixo dos outros municípios aqui é em torno de 2,5 milhões no mesmo período. A conta não fecha e por causa disso essa diferença era paga por outros impostos arrecadados pelo município como INSS e IPTU por exemplo.

Já que o marco regulatório deixa claro que o lixo tem que ser pago única e exclusivamente pela taxa e não por outros impostos e o TCE tem que obrigar as cidades a cumprir essa determinação Biguaçu vai ter que se enquadrar e ponto final.

 

Compensação ambiental

 

Outro dado interessante é que a “compensação ambiental” pago pelas cidades que colocam lixo em Biguaçu até pouco tempo tinha um município caloteiro que era a capital do estado. Isso mesmo: Florianópolis, que é a cidade que mais coloca lixo no aterro de Biguaçu, não pagava essa compensação e só começou em 2023 depois que o prefeito Salmir conseguiu sensibilizar o prefeito Topázio que essa cobrança era justa. Por incrível que pareça, essa taxa ambiental não pode ser acionada na justiça se o município que coloca lixo aqui em Biguaçu não quiser pagar. Tem que esperar pela boa vontade dessas cidades para que isso aconteça. Ainda bem que o prefeito daqui conseguiu sensibilizar o prefeito de Florianópolis, por que senão o rombo seria maior. Salmir adiantou, que mesmo com a cobrança da taxa de lixo, talvez o valor arrecadado ainda não consiga cobrir o valor total de gasto que leva para recolher o lixo na cidade. Vai ser uma incógnita porque a diferença não pode ser paga com recursos de outras origens.

 

Hospital de Biguaçu

 

Nesse mês termina o contrato com a São Camilo, entidade que administra o Hospital de Biguaçu. O prefeito Salmir Silva informou que fará uma reavaliação do contrato ampliando-o por mais 90 dias. Durante esse período fará uma nova licitação para que outra entidade venha gerir o hospital da cidade.

Hoje são repassados, através do fundo municipal de saúde, de 2,5 a 3 milhões por mês a São Camilo e mesmo assim vários serviços não são feitos. “Tem condições de ofertar muito mais”, salienta o prefeito em relação aos atendimentos do hospital.

Só para o leitor ter ideia da péssima gestão que o hospital tem, lá existe uma lavanderia novinha em folha, mas mesmo assim os gestores de lá preferem terceirizar o serviço. Outro problema é o piso da enfermagem que até hoje não ficou claro se é pago de forma correta ou não. Diante de tantos problemas o prefeito quer colocar uma nova entidade para gerir o hospital porque o contrato de 10 anos encerra esse mês.

 

Reforma administrativa

 

Salmir salienta que antes da reforma existiam 176 cargos comissionados e que agora são 174. Isso deve-se ao fato de que 90% dos diretores de unidades escolares passaram a ser efetivos.

 

Educação

 

O prefeito informa que aumentou 250 novas vagas de creche e que desse total quase a metade é para período integral. Comunica também que construirá a tão desejada creche do Saveiro por que agora o imbróglio do terreno foi resolvido. Será uma creche de alto padrão. Outra que está no planejamento é uma creche lá na região da Indil no bairro Bom Viver.

 

Candidatura a deputado

 

Outro ponto em que o prefeito salientou é sobre sua pretensão de vir a ser candidato a deputado estadual ano que vêm. Salmir informa que está tendo incentivo, inclusive tem convites para se filiar em outros partidos, e que está analisando. Mas para isso o MDB, sigla em ele está filiado, tem que mostrar interesse em tê-lo como candidato e apoiá-lo aqui na grande Florianópolis. Tudo tem que ser analisado: qual partido traz mais viabilidade, financeiro para uma campanha, apoios e sustentação. Salmir disse que já conversou com a família e quer saber, através de pesquisas, o que a população acha sobre isso.

Silva argumenta que o município precisa e exemplifica o quanto Sérgio Guimarães, que é de Palhoça, traz para a cidade onde mora por ser deputado estadual. “Tá na hora de Biguaçu ter o seu representante. Chega de emendas com migalhinhas”

Salmir já colocou prazo para decidir se irá ou não disputar as eleições em 2026. Até o fim de março desse ano, caso encare o desafio, Silva quer começar a fazer equipe e buscar apoio em outros municípios através dos contatos que tem. Um exemplo é seu irmão que tem uma empresa em Joinville com atuação em praticamente todo o estado.

Em Biguaçu Salmir fará de tudo para manter e até mesmo ampliar o apoio que o reelegeu prefeito da cidade com a intenção de sair do município com bastante votos.

Caso dê tudo certo o prefeito vai licenciar-se em abril do ano que vêm e deixará a prefeitura para o seu vice administrar.